terça-feira, 30 de agosto de 2011

Só entre nós

Braz, Julio Emílio; Vieira, Janaína. Só entre nós – Abelardo e Heloísa. Editora Saraiva; São Paulo / SP; 2000; 92 páginas.

Dados da obra:
Inspirado no clássico drama de Abelardo e Heloísa, a história é adaptada para os dias de hoje. Com a intenção de fazer amigos, a garota Heloísa coloca um anúncio na internet, que é visto por Carlos. Este, tocado pela história de Abelardo e Heloísa, adota o codinome de Abelardo e passa a se corresponder com a garota por meio de e-mail.
Breve relato dos autores:
Julio Emílio Braz é um escritor de literatura infanto-juvenil. Janaína Vieira é um jovem escritora que publicou, com Braz, seu primeiro livro infanto-juvenil.

Passagens:     

“Heloísa,
Vamos começar aos pouquinhos, para que não percamos algo na pressa de nos conhecermos melhor. As coisas acontecem como tem que acontecer. É a pressa que mata o sonho, é no medo neurótico de não se perder tempo que se perdem as coisas maiores. Que a nossa amizade tenha tempo de crescer, sem tempo de perceber que está crescendo.
Quer ler um poema meu? Não se assuste. Não o fiz para você. Foi para outra pessoa. Depois você escreve dizendo o que achou.
Seu amigo,
Abelardo.”

Perto de você
Perto de você
Falar de amor é tão fácil
Que meu coração se abre
Por inteiro
E eu me perco em palavras
Sem sentido,
Incontido,
Senhor absoluto de
Todos os sonhos,
Prazer,
Ser seu ser,
Só ser.
Amor
Por você
Sou tão tolo,
Pequeno
Criança desamparada,
Deslumbrada,
Te amo, te amo, te amo.
Deus,
Como te amo.
Perto de você
Tempo, idade, saudade
Nada existe
A não ser amor,
Muito amor,
Todo amor do mundo.
Perto de você,
No fundo, no fundo,
Eu me sinto perto
De mim mesmo.
Me ame...

“Abelardo,
Já te disse que não gosto da igualdade, que amo a diferença? Pense bem: é só por meio da diferença que o mundo se modifica e progride. O cotidiano agrada àqueles que não sabem sonhar. Sonhar é tornar tudo possível. Amar é tornar tudo possível.
Se você está louco por estar apaixonado, faço uma sugestão: procuremos os dois uma boa casa de repouso para perturbados mentais. Acho que estou enlouquecendo...
 Mas que essa loucura não seja entendida como ausência de razão. Para mim, é uma loucura sã e maravilhosa, porque está me libertando dos meus fantasmas. O que sinto é tão feliz, tão cheio de alegrias, que gostaria de ver o mundo todo tomado por esta súbita loucura!
Felicidade de não ser igual... não há ser humano igual a outro; não há uma pedra igual a outra. Estar no mundo é ser a própria diferença e tão poucos percebem isso... A magia serena da natureza torna tudo possível.”

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