Selznick, Brian. A invenção de Hugo Cabret. Edições SM; São Paulo / SP; 2009; 533 páginas.
Breve relato do autor:
Brian Selznick é um premiado autor
norte-americano e ilustrador de livros infantis.
Dados da obra:
Hugo Cabret é um menino órfão que
vive escondido na central de trem de Paris dos anos 1930. Esgueirando-se por
passagens secretas, Hugo cuida dos gigantescos relógios do lugar. A
sobrevivência dele depende do anonimato: Hugo tenta se manter invisível porque
guarda um incrível segredo, que é posto em risco quando o severo dono da loja
de brinquedos da estação e sua afilhada cruzam o caminho do garoto.
Um desenho enigmático, um caderno
valioso, uma chave roubada e um homem mecânico estão no centro desta intrincada
e imprevisível história, que, narrada por texto e imagens, mistura elementos
dos quadrinhos e do cinema, oferecendo uma diferente e emocionante experiência
de leitura.
Passagens:
O cineasta Georges Méliès começou sua
carreira como mágico e possuía um teatro de mágicas em Paris. Essa ligação com
a magia o ajudou a perceber imediatamente o potencial do novo suporte que era o
cinema. Foi um dos primeiros a demonstrar que os filmes não tinham que refletir
a vida real. Logo se deu conta de que o cinema tinha o poder de capturar
sonhos. Méliès é amplamente reconhecido como o aperfeiçoador do truque da
substituição, que tornava possível fazer as coisas aparecer e desaparecer na
tela, como por magia. Isso mudou para sempre a cara do cinema.
– Leia em voz alta!
Isabelle leu as histórias para Hugo,
e ele se lembrou de ter ouvido alguns dos mitos quando estava na escola. Ela
leu sobre o monte Olimpo e sobre criaturas como a quimera e a fênix, e depois
leu a história de Prometeu. Hugo ficou sabendo que Prometeu tinha feito os
seres humanos com argila e que, em seguida, roubou o fogo dos deuses e deu de
presente ao povo que criara, para que a humanidade pudesse sobreviver.
– Você já parou pra pensar que todas
as máquinas são feitas por algum motivo? – ele perguntou a Isabelle.
– Elas são feitas pra fazer a gente
rir, como esse ratinho, ou indicar a hora, como os relógios, ou pra maravilhar
a gente, como o autômato. Deve ser por isso que qualquer máquina quebrada
sempre me deixa meio triste, porque ela não pode cumprir o seu destino.
Isabelle pegou o ratinho, deu corda
novamente e pôs de volta no balcão.
– Vai ver que com as pessoas é a
mesma coisa – continuou Hugo. – Se você perder a sua motivação... é como se
estivesse quebrado.
– Como é lindo! – exclamou Isabelle.
– Parece que a cidade é toda feita de estrelas!
– Ás vezes eu venho aqui, de noite,
mesmo quando não estou cuidando dos relógios, só pra olhar a cidade. Sabe, as
máquinas nunca têm peças sobrando. Elas têm o número e o tipo exato de peças
que precisam. Então, eu imagino que, se o mundo inteiro é uma grande máquina,
eu devo estar aqui por algum motivo. E isso quer dizer que você, também, deve
estar aqui por algum motivo.
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