terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Livraria Limítrofe - O adeus

Medeiros, Alfer. Livraria Limítrofe – O adeus. Editora Estronho. Belo Horizonte / MG; 2011; 190 páginas.
 
Breve relato do autor:
 
Alexandre J. F. Medeiros (Alfer Medeiros), é profissional de TI. Além de Livraria Limítrofe já participou dos projetos UFO – Contos Não-Identificados, Fúria Lupina Brasil e Asgard – A saga dos nove reinos, Cursed City.
 
Dados da obra:

Livraria Limítrofe trata-se de um espaço diferente, que não tem endereço fixo e raramente é encontrada mais de uma vez. Ela surge no momento certo e oferece às pessoas comuns, amantes da leitura, outras nem tanto, o ambiente perfeito para atender suas necessidades. Pode-se dizer que é uma livraria personalizada, em que cada leitor encontrará livros de autores preferidos, acomodados em um ambiente de dimensões grandes ou pequenas, com decoração característica das obras.

Passagens:

Daqui você verá prateleiras de livros cobrindo todas as paredes deste piso térreo, e as obras nelas contidas foram selecionadas por mim e pela minha senhora. Você virá a conhecê-la em momento oportuno. Não me canso de apreciar a visão das belas lombadas coloridas formando esse arco-íris literário, um convite à boa leitura. Quando saio dos meus aposentados e adentro este recinto, tenho a impressão de ser saudado por um grande sorriso, vindo de todos os lados.

Ali traços carregados e repletos de tons de cinza e negro representavam uma cena de dramaticidade intensa. Homens com roupas militares fitavam impassivelmente uma mulher ajoelhada, abraçada aos seus dois filhos, um menino e uma menina. Seu rosto era uma máscara modelada sobre puro sofrimento. Ela deveria tomar uma decisão terrível, e isso a consumia de uma maneira profunda, machucava a alma. Seu desespero era quase palpável. Rapidamente Victoria dobrou esse lado da página, ocultando esta última ilustração e calando o choro da mãe. Lágrimas insinuavam-se novamente nos olhos da mulher sentada na cama e os cantos da sua boca direcionavam-se para baixo, aliados a um beicinho bem sutil.
Algumas vezes na vida, temos de tomar decisões parecidas com a dela, não é mesmo? – falou, com a voz embargada, segurando minha mão.  – Onde todos saem perdendo.
 
A utilização foi um pouco tímida no início, por pura falta de prática. Ao me acostumar com os comandos simples de seleção de obras e de navegação pelo conteúdo, pude notar que o aparelho era prático e agradável aos olhos. Claro, eu nunca trocaria o bom e velho livro de papel por esse aparato, mas pensei nessa nova geração de leitores, uma garotada já nascida em meio ao ambiente totalmente informatizado. Para eles, seria supernatural utilizar um desses leitores eletrônicos para apreciação de obras literárias.

Ah, então foi por isso que eles estavam tão paradões no início da conversa, e desembestaram a falar repentinamente! Beleza! Foi muito divertido vir até aqui. Até mais, amigo. E foi isso! Bacana, né? Sempre que posso, pego um dos livros que ganhei na loja e leio um continho, imaginando o próprio escritor narrando o texto para mim. Você enxerga o livro de outra forma, quando conhece pessoalmente o autor da obra!

Antes de ir, gostaria de deixar três citações, para que elas sirvam de inspiração nos seus dias de agradável labuta literária:
“Uma vida não basta ser apenas vivida. Também precisa ser sonhada”.
“O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis”.
“Não entre em pânico!”

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