quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Colbert, David. O Mundo Mágico de Harry Potter. Editora Sextante; São Paulo / SP; 2001; 192 páginas.

Dados do livro:

Nesta obra, o autor procura as referências sobre mitos, lendas e textos literários que a escritora J. K. Rowling utiliza para compor as histórias do bruxinho Harry Potter. Ele desvenda as pistas deixadas ao longo das histórias pela escritora, além de mostrar a origem das criaturas mágicas. Apresenta histórias de alquimistas e feiticeiros reais e imaginários, por meio de escritores como Dickens, Shakespeare, Flaubert, Tolkien e Ovídio.

Passagens:

“Em uma entrevista, Rowling confirmou que os dementadores representam a doença mental conhecida como depressão: É exatamente o que eles são. Foi uma coisa inteiramente consciente e totalmente tirada da minha experiência. A depressão foi a coisa mais desagradável que vivenciei. É uma impossibilidade de imaginar que você algum dia será uma pessoa alegre novamente. A ausência de esperança. Um sentimento de apatia muito diferente da tristeza. A tristeza machuca, mas é um sentimento saudável, uma coisa necessária. Depressão é outra história.”

“Os espelhos são, principalmente, reflexos de nós mesmos, para o Bem e para o Mal. É por isso que podem se tornar perigosos. O Espelho de Ojesed em A Pedra é um bom exemplo deste tipo de espelho. Era um magnífico espelho, da altura do teto, com uma moldura em talha dourada. No seu topo havia a seguinte inscrição: Oãça rocu esme ojesed osamo tso rueso ortso moãn, o que evidentemente é o reflexo no espelho de: Não mostro seu rosto mas o desejo em seu coração.

“A fênix é um pássaro mágico. Vive por muitos séculos – alguns dizem que por mais de quinhentos anos. O poeta latino Ovídio escreveu:

Quantas criaturas sobre a Terra
Tiveram sua primeira existência sob outra forma?
No entanto, existe uma que é como sempre foi,
Renascida sempre, como se não tivesse idade, no decorrer dos anos.
É o pássaro assírio ao qual chamam fênix.
Ele não come as semente comuns, nem folhas,
Mas bebe do suco das ervas mais raras, com sua ardência adocicada.
Quando completa quinhentos anos de existência,
Carrega seu ninho para o alto de uma palmeira ondulante
E, com delicadeza e capricho, suas garras preparam o leito
Com cascas de árvore e especiarias, mirra e canela,
E morre enquanto a fumaça do incenso carrega sua alma para o alto.
Então, do seu peito – assim conta a lenda –,
Uma pequena fênix se ergue
Para viver, assim dizem, outros quinhentos anos
.”

“Mas algumas pessoas dizem que Hogwarts é diferente da maioria dos internatos. É uma escola onde se tem prazer de estar: a comida é deliciosa, e Harry dorme numa cama de quatro colunas. É tolerante: mesmo que a desobediência possa custar à casa do aluno a perda de alguns pontos, os professores são indulgentes. E, acima de tudo, Dumbledore a torna um lugar onde prevalece a justiça.”

“Dentro das paredes de Hogwarts, a liderança de Dumbledore gerou um ideal atraente. O mal não deve ser afastado medrosamente, nem mesmo enfrentado com força e coragem. Deve ser contraposto pela compaixão. Mais de uma vez, Dumbledore já demonstrou sua forte crença na possibilidade de recuperação de bruxos corrompidos pelo mal.
Cada um dos quatro fundadores de Hogwarts tem qualidades individuais que formam um todo equilibrado. Mesmo a ambição de Slytherin pode ser direcionada para o bem, uma vez contrabalançada com as características demonstradas pelas outras casas. É parte da realidade, parte de todo indivíduo – assim como Harry tem um pouco de Voldemort em si. Tentar eliminar isso seria tolo e, também, impossível.”

“Na mitologia grega, Cassandra era uma vidente – podia prever o futuro. Recebeu esse Dom do deus Apolo, que a amava. Ele lhe prometera o dom da profecia se ela retribuísse seus sentimentos. Mas, depois de se tornar clarividente, ela mudou de ideia, e Apolo, enfurecido, amaldiçoou-a. Sua condenação foi que ninguém jamais acreditasse em suas palavras, o que trouxe a Cassandra muito sofrimento.”

“No passado, alguns bruxos fizeram varas de madeira do sabugueiro, que é considerada especialmente dotada de magia. Aqueles que praticam a magia negra usam, com frequência, o cipreste, que é associado à morte. No entanto, J. K Rowling nos conta que a varinha de Voldemort é feita de teixo. E isso também faz sentido. O teixo tem imenso poder sobrenatural. Houve tempo em que o teixo era uma das poucas árvores que permaneciam sempre verdes, na Inglaterra, e assim tornou-se símbolo tanto da morte, quanto do renascimento – a mesma imortalidade que Voldemort desesperadamente deseja.”

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