segunda-feira, 26 de maio de 2014

Ratos e Homens

Steinbeck, John. Ratos e Homens. Editorial Bruguera; Rio de Janeiro / RJ; s.d; 206 páginas.

Breve relato do autor:

John Steinbeck oi um escritor estadunidense. As suas obras principais são A Leste do Paraíso (PT) ou A Leste do Éden (BR) (East of Eden, 1952) e As Vinhas da Ira (The Grapes of Wrath, 1939). Foi membro da Ordem DeMolay. Recebeu o Nobel de Literatura de 1962.

Dados da obra:

Ratos e Homens conta a história trágica de George e Lennie, dois trabalhadores rurais na Califórnia durante a Grande Depressão (1929-1939). A história se passa em um rancho a algumas milhas de Soledad no Salinas Valley.

Passagens:

– Os homens como nós que trabalham nas fazendas são os camaradas mais solitários do mundo. Não têm família. Não pertencem a nenhum lugar. Chegam a uma fazenda e trabalham até juntarem um pouco de dinheiro e depois vão à cidade e botam fora o dinheiro e então não tem outro remédio senão entrar sacudindo o rabo em outra fazenda. Não podem esperar nada do futuro.
Lennie estava encantado.
– É isso... é isso. Agora diz o que nós somos.
George prosseguiu:
– Conosco não acontece o mesmo. Temos um futuro. Temos alguém com quem falar, alguém quem pensa em nós. Não somos obrigados a ficar sentados num café, botando dinheiro fora só porque não há outro lugar aonde ir. Se esses outros sujeitos vão para a cadeia ficam lá apodrecendo e ninguém se importa. Mas conosco é diferente.
– Mas conosco é diferente! – interrompeu Lennie. – E por quê? Porque... porque eu tenho a ti pra cuidar de mim, e tu tens a mim pra cuidar de ti, por isso. – Soltou uma gargalhada de prazer...

– Fala da casa, George – pediu Lennie.
– Claro, vamos ter uma casinha, com um quarto pra nós. Um bom fogão de ferro e no inverno temos sempre o fogo aceso. A terra não é muito grande e assim a gente não precisa trabalhar muito. Talvez seis, sete horas por dia. Mas nada de carregar sacos de cevada onze horas por dia. E quando chegar a colheita, lá estamos nós para recolher ela. Assim vamos saber o resultado do que semeamos.
– E os coelhos – avançou Lennie, ansioso. – Eu cuido deles. Conta como vai ser, George.
– Claro, vais pra plantação de alfafa com um saco. Enches o saco e pões a alfafa nas coelheiras.
– E eles vão comer, comer, com aqueles dentinhos. Eu sei como eles fazem, eu vi...

– Conta como vai ser, George – pediu Lennie.
– Já te disse ontem como vai ser.
– Vamos... outra vez, George.
– Bom, só uns três acres. Vamos ter um moinho de vento, um galpãozinho e um galinheiro. Vamos ter cozinha, pomar, cerejas, maçãs, pêssegos, damascos e um pouco de morangos. Vamos ter um lugar pra plantar alfafa e bastante água pra o rego. E também um chiqueiro pros porcos...
– E coelhos, George.

 (Introdução)

“... Os projetos melhor elaborados, sejam de ratinhos ou sejam de homens, fracassam muitas vezes e nos fornecem só tristeza e sofrimento, em vez do prêmio prometido.”

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