quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Quarup

Callado, Antônio. Quarup. Ed. Círculo do Livro S. A.; 1983; São Paulo/SP; 470 páginas.

Dados da obra:

Polêmico romance que faz uma vasta alegoria do Brasil dos tempos de Getúlio Vargas até a revolução de 1964. O personagem central é uma padre idealista que troca a batina pela ação política, ao tomar consciência das contradições sociais.

Breve relato do autor:

Antônio Callado foi romancista, teatrólogo e jornalista brasileiro, nascido em Niterói, Rio de Janeiro. A témática social é dominante em suas últimas obras, correspondendo a uma posição política participante.

Passagens:

"– Só há mesmo estudantes e ex-estudantes, como Levindo, pensando em alterar as coisas erradas do país – disse Leslie – Crianças brincando de revolução. Estão fazendo ao seu jeito aquilo que os pais deviam fazer. A coisa não falha: se um país tem estudantes politicamente ativos é porque os mais velhos não fazem o que devem. Os jovens agitam, em vez de estudar. Depois envelhecem ignorantes como os pais. Por isso é que o Brasil é uma eterna república de estudantes."

"Nando abraçou um, abraçou outro, aqueles pedaços do mundo de Levindo, fragmentos do mundo de Francisca. Depois fitou os dois, as boas caras caboclas que antigamente desconhecia, que passara a conhecer um pouco, que hoje conhecia em essência. A menos que já não conhecesse mais, pensou inquieto. E de qualquer forma que poderiam fazer juntos, ele e esses tijolas sem pedreiros, esses paus-de-jangada sem vela?"

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